Por que as blogueiras estão lançando body splashes? Viih Tube revela motivos para criar marca própria e anuncia novidades
É provável que você tenha se deparado com algum post em que uma blogueira anunciava sua linha própria de “body splashes”. O item da perfumaria, mais leve que um perfume ou colônia, se tornou uma verdadeira febre no mercado de beleza e ganhou ainda mais força em 2025, especialmente entre as influenciadoras.
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Uma pesquisa divulgada pela consultoria Circana neste ano informou que o Brasil é o país da América Latina com maior representatividade de mercado de body splash. Segundo Carla Ramalho, head de Inovação da consultoria Notracorp, o país é o segundo maior consumidor de fragrâncias do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Recentemente, influenciadoras como Viih Tube (Spoiler), Virgínia Fonseca (WePink), Jade Picon (Aura), Yasmin Brunet (Yasmin Beauty) e Kéfera (Youly) apostaram no produto como carros-chefe de suas marcas, com preços entre R$ 31,90 (Obsessed, WePink) e R$ 110,43 (Mermaid Kiss, Yasmin Beauty).
Especialistas em marketing digital apontam que as blogueiras veem nos body splashes uma oportunidade de diversificar sua marca pessoal e monetizar a audiência fiel que construíram nas redes sociais. Diferentemente de produtos complexos como perfumes importados ou cosméticos de alto investimento, os body splashes têm produção mais acessível, preço competitivo e forte apelo entre públicos jovens, o que facilita sua adoção no portfólio das marcas.
— Eu sempre quis empreender e o body splash é um produto de fácil consumo. Você não quer gastar o seu perfume mais caro para ir à academia. O body splash te dá essa liberdade — diz Viih Tube, fundadora da Spoiler.
O especialista em branding Galileu Nogueira, criador da Galileo Branding, aprofunda nessa forma de consumo e afirma que há duas vertentes essenciais para o fenômeno das marcas de figuras da internet: publis que pagam pouco, fazendo com que a criação de empresas próprias seja mais rentável, e produtos de pouco investimento e muita saída para começar nessa empreitada.
— Esse modelo de publicidade já não consegue mais ser sustentável, com as marcas pagando cada vez menos por publis. Os criadores de conteúdo querem ser empreendedores, e ter os seus próprios negócios. A gente viu uma evolução nos últimos anos das marcas de creators de entrarem no mercado de skin care e maquiagem, principalmente — explica.
Segundo Galileu, esse começo demanda investir em produtos já validados, com maior chance de retorno, uma vez que ser dono da própria marca no segmento de beleza exige custos altos de produção.
— É muito cara a logística, o estoque, a produção. E aí é onde entra um produto como gloss e body splash, porque o consumidor fica tranquilo em relação a essa experiência de uso, então ele não tem erro. Além disso, você consegue navegar no mercado que foi popularizado pela WePink, por exemplo, com a Virgínia, que ganhou muita capilaridade nesse item para as classes C e D.
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Essas escolhas também dialogam com a preferência do público por produtos que costumam ser associados a sensações de bem-estar e autoestima, temas amplamente explorados por influenciadoras em seus conteúdos. Ao lançar uma fragrância com identidade própria, a criadora, seja de moda, lifestyle ou beleza, fortalece o vínculo emocional com seus seguidores, que passam a associar a experiência sensorial da fragrância ao universo pessoal da criadora de conteúdo.
Ou seja: ao comprar um produto cujas etapas de criação e desenvolvimento passaram pelas mãos da blogueira favorita, a sensação do público é de ter em casa um item que saiu direto da sua penteadeira. Foi exatamente esse sentimento que Viih Tube conseguiu passar para seus seguidores:
— Quem já me conhece espera que eu faça esse tipo de lançamento — diz a ex-BBB. — Me inspirei no que realmente amo. Quero que sejam produtos que eu realmente gosto de usar no dia a dia.
O resultado da comunicação bem direcionada foi um sucesso de vendas. Segundo a Spoiler, a meta de vendas para o dia do lançamento da marca, de US$ 10 mil (R$ 54,5 mil), foi batida em 10 minutos, e a primeira semana teve faturamento de R$ 1 milhão.
Para Carla, a expansão desse mercado é sustentada por uma lógica que não é nova. Segundo ela, fragrâncias inspiradas em perfumes internacionais,os chamados dupes, sempre fizeram parte do consumo, mas hoje se tornaram mais visíveis graças ao acesso à informação e às redes sociais, que permitem identificar com mais facilidade quando um produto é cópia ou releitura de outro já existente.
— Essa cultura de dupes sempre esteve perto da gente. A diferença é que, há 20 anos, não havia o nível de acesso e de comparação que existe hoje — afirma. Como exemplo, ela cita fenômenos populares de outras épocas, como acessórios usados por personagens de novelas que rapidamente ganhavam versões inspiradas, vendidas em feiras e lojas populares. Para a executiva, essa lógica ajuda a explicar por que perfumes lançados por influenciadoras, mesmo sem propostas autorais, tendem a continuar em alta.
Atenta ao comportamento do consumidor, Viih Tube afirma que decidiu investir nos dupes após ouvir diretamente o público, que pedia fragrâncias acessíveis e com boa performance. Segundo a influenciadora, a estratégia agora é ampliar o portfólio com o lançamento de produtos complementares, como hidratantes e esfoliantes, além da expansão da linha de body splash, que ganhará quatro novas fragrâncias. A perfumaria, segundo ela, seguirá como o principal eixo dos investimentos, combinada a cuidados com a pele e preços pensados para um público amplo.
Entre as novidades, Viih Tube destaca o lançamento do body splash “Cheiro de Gostosa” que, segundo ela, será uma fragrância autoral, mais sensual, e um outro, com nome ainda não revelado, que será inspirado na perfumaria árabe.



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