EQUÍVOCOS POPULARES NO RECONHECIMENTO VISUAL DE PLANTAS MEDICINAIS DA REGIÃO DE DIVINÓPOLIS-MG.

Autores

  • Lucas Antônio Lisboa Ribeiro
  • Júlia Fernanda De Oliveria
  • Kamilla Monteiro dos Santos Dias Universidade José do Rosário Vellano - Unifenas

Palavras-chave:

Erva Cidreira, Boldo, Plantas medicinais

Resumo

Introdução: As plantas medicinais têm sido priorizadas por uma grande parcela da população mundial, devido às suas inúmeras formas de uso e seu baixo custo. A terapia com plantas medicinais é uma das práticas mais utilizadas na cultura brasileira fazendo parte do conhecimento popular de várias regiões, que é passado entre gerações. É importante salientar que muitas plantas apesar de terem ação terapêutica podem conter substâncias tóxicas e causar danos à saúde, além disso diferentes espécies de plantas compartilham os mesmos nomes populares. Por tais motivos suas identificações e classificações botânicas necessitam ser precisas, evitando erros e intoxicações no momento de sua utilização. Objetivo: Realizar um levantamento etnobotânico sobre o conhecimento de alguns moradores da população urbana de Divinópolis em diferenciar plantas medicinais, comumente utilizadas, que possuem nomes populares parecidos. Identificar se certas espécies de plantas medicinais podem gerar confusão através do conhecimento popular e elucidar suas características terapêuticas e morfológicas Metodologia: Foi realizada uma pesquisa de campo com a aplicação de questionários online de tamanho amostral de 106 voluntários, onde foi observado o conhecimento da população de  Divinópolis (MG) sobre a diferenciação e identificação de espécies medicinais que normalmente geram confusão como: Melissa officinalis Lamiaceae, Lippia alba Verbenaceae, Cymbopogon citratus Poaceae, compartilhando nomes populares como “Melissa”, “Erva Cidreira” ou “Capim Cidreira”. Ocimum basilicum Lamiaceae, Ocimum gratissimum Lamiaceae, ambos chamados de “Manjericão” e Plectranthus barbatus Lamiaceae, Peumus boldus Monimiaceae, que são chamados popularmente de “Boldo”. Resultado: Os resultados mostraram que a maioria dos voluntários que responderam a pesquisa são do sexo feminino correspondendo a 88 mulheres entre os 106 indivíduos totais, foi observado também que a maioria dos entrevistados possuem escolaridade de ensino superior incompleto (35%) e idade de 20 a 30 anos (51%). As plantas Melissa officinalis, Lippia alba e Peumus boldus  não foram identificadas pela maioria (56,3%) dos voluntários. Já as espécies Cymbopogon citratus, Ocimum basilicum L., Ocimum gratissimum L., Plectranthus barbatus  foram identificadas por 67,4% dos voluntários. As plantas mais citadas pelos entrevistados com seus nomes populares estudadas pelo presente trabalho foram Boldo e Erva Cidreira.

Discussão: Muitas das espécies estudadas no presente trabalho compartilham de mesmas ações terapêuticas e morfologias semelhantes como no caso da Melissa officinalis e Lippia alba, podendo assim observar grande confusão entre os indivíduos que responderam à pesquisa. Outras espécies como Peumus boldus é uma espécie arbórea que pertence à família Monimiaceae e é nativa das regiões central e sul do Chile, explicando deste modo a ausência do conhecimento pela população da referida espécie.

Conclusão: Foi possível verificar que existe certa confusão entre as espécies medicinais estudadas pela pesquisa, devido ao compartilhamento de mesmos nomes populares e suas formas de administração e utilização, como por exemplo as espécies Melissa officinalis Lamiaceae, Lippia alba Verbenaceae, Cymbopogon citratus compartilharem mesmos nomes como “Melissa” ou “Erva Cidreira”. De mesmo modo Ocimum basilicum Lamiaceae, Ocimum gratissimum serem reconhecidos como “Manjericão” ou “Alfavaca” e por fim Plectranthus barbatus Lamiaceae, Peumus boldus possuírem ambos o nome popular “Boldo”.

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Publicado

2022-12-21

Como Citar

Antônio Lisboa Ribeiro, L., Fernanda De Oliveira, J., & Monteiro dos Santos Dias, K. (2022). EQUÍVOCOS POPULARES NO RECONHECIMENTO VISUAL DE PLANTAS MEDICINAIS DA REGIÃO DE DIVINÓPOLIS-MG. Revista Brasileira De Biomedicina, 2(2). Recuperado de https://revistadabiomedicina.com.br/index.php/12222/article/view/130